quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O matemático

Quinta-feira, dia de estreias nos cinemas, e como tal o M76 irá propor a sua escolha:


O Jogo da Imitação, um filme de Morten Tyldum, com Benedict Cumberbatch, Keira Knightley e Mattew Goode


Quando no inverno de 1952 as autoridades britânicas entraram na casa do britânico Alan Mathison Turing (1912-1954) para investigar um assalto e em vez disso, prenderam Turing por atentado ao pudor, nem todo o reconhecimento que havia pelo facto de ser  um dos maiores matemáticos de sempre, criptonista e herói de guerra, o pouparia à devastadora sentença  pela ofensa criminal de homossexualidade. 
A 8 de Junho de 1954, dois anos depois de iniciar um tratamento com injecções de hormonas femininas que provocam castração química (que preferiu à prisão), Turing foi encontrado morto na sua própria casa. A morte foi classificada como suicídio, embora muitos refutam essa conclusão.
Em Setembro de 2009, depois de uma campanha liderada por John Graham-Cumming, o primeiro-ministro Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público em nome do Governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado e, finalmente, a 24 de Dezembro de 2013, o matemático recebeu o perdão da rainha Isabel II.

Atualmente considerado um dos precursores da computação moderna, durante a Segunda Grande Guerra, foi considerado igualmente um dos heróis de guerra pelo desempenho que teve,juntamente com a sua equipa, na descodificação do código Enigma, que os nazis utilizavam para comunicar secretamente os planos de ataque, e que foi uma das grandes chaves para a vitória Aliada. Já durante o pós-guerra, Turing projectou um dos primeiros computadores programáveis no laboratório nacional de física do Reino Unido. Entre muitas outras coisas, os seus estudos serviram ainda para abrir portas a uma das questões mais pertinentes da tecnologia da actualidade: a possibilidade teórica da inteligência artificial.


Fonte: Público