quinta-feira, 12 de maio de 2016

Estufa Fria de Lisboa

Jardim em  formato de estufa situado no Parque Eduardo VII, entre a Alameda Engenheiro Edgar Cardoso e a Alameda Cardeal Cerejeira em Lisboa.
As diferentes características das outras estufas (para plantas mais exóticas), com cobertura de vidro, por isso com temperatura mais elevada, distinguem-nas como estufas quentes.
O seu nome provém de ter sido pensada como uma zona de abrigo de plantas diversas e de não ser usado um sistema de aquecimento (na zona fria).

Com cerca de 1,5 hectares de área, é constituída por três partes, a Estufa Fria propriamente dita, a Estufa Quente e a Estufa Doce:
  • Estufa fria - Sendo a maior das três Estufas com cerca de 8100 m², encontra-se coberta por
    um  ripado de madeira que cobre a Estufa Fria, substituindo os velhos estores de madeira usados em tempos, serve para proteger as plantas do rigor do Inverno e do calor excessivo no Verão, e que controla de forma natural a temperatura e luz no interior. Essas ripas inamovíveis condicionam a intensidade da luz, proporcionando uma temperatura adequada ao desenvolvimento de espécies originárias de diversos pontos do globo. São de referência obrigatória o feto arbóreo-da-tasmânia (Dicksonia antarctica), a azálea (Rhododendron spp.) ou os diferentes cultivares de cameleira (Camellia japonica).
  • A Estufa Quente - ocupando cerca de 3.000 m2, foi construída nos anos 70. Com a sua cobertura em vidro possibilita o aquecimento do ar, condição favorável ao desenvolvimento de plantas originárias de climas tropicais das quais se destacam o cafeeiro (Coffea arabica), a mangueira (Mangifera indica) ou a bananeira (Musa spp.).

  • A Estufa Doce, a mais pequena das três estufas com apenas 400 m2, é a casa das Cactáceas. Plantas gordas, assim chamadas devido às suas folhas grossas e de consistência gelatinosa, aqui podemos encontrar os seus membros mais conhecidos, os cactos. Vale a pena observar as formas da Cadeira-de-sogra (Echinocactus grusonii), do Cleistocactus straussii ou do Aloé (Aloe vera).

Toda a Estufa é ornamentada com pequenos lagos e cascatas e também obras de estatuária.


Onde actualmente se encontra o complexo da Estufa Fria de Lisboa existia, na viragem do séc. XIX, uma pedreira de onde se extraía basalto. Devido à existência de uma nascente de água que comprometia a extracção da pedra, a pedreira deixou de laborar.
É assim que em 1912 é inaugurada uma zona de abrigo para plantas delicadas resultante da iniciativa de um jardineiro para albergar espécies vegetais oriundas do mundo inteiro, que iriam servir no plano de arborização da Avenida da Liberdade.
A 1.ª Guerra Mundial atrasa este plano e as plantas vão criando raízes no pequeno local abrigado.
Em 1926, o arquitecto e pintor Raul Carapinha, tendo ali encontrado um agradável espaço verde, idealiza um projecto para o transformar numa Estufa, a qual é concluída em 1930, sendo inaugurada em 1933.
A Estufa sofreu uma remodelação, que acompanhou a remodelação do Parque Eduardo VII, nos anos 40 com a construção do lago à entrada e uma enorme sala, a chamada nave, onde ainda hoje se realizam vários tipos de eventos.
Em 1975 duas novas secções abriram, a Estufa Quente e a Estufa Doce, expandindo a colecção botânica para incluir espécies tropicais e equatoriais.
A designação "Estufa Fria" provém do facto de não utilizar qualquer sistema de aquecimento. As ripas de madeira que a cobrem protegem as plantas das temperaturas excessivamente frias ou quentes.
Do património artístico da Estufa fazem parte estátuas de Soares Branco, Leopoldo de Almeida e Anjos Teixeira (filho). Quanto ao pórtico da entrada, trata-se de um projecto de Keil do Amaral.

Camellia japonica


Fontes:
Wikipédia
http://estufafria.cm-lisboa.pt/