Esta vila, terra de Pedro Álvares Cabral, encontra-se no Distrito de Castelo Branco, situando-se em plena Cova da Beira com ampla vista para a Serra da Estrela, tem cerca de 3100 habitantes.
A história da vila remonta ao século XII quando o concelho municipal recebeu foral de D. Sancho I em 1199, e encontra-se geralmente associada à própria história dos Cabrais e dos Judeus.
No entanto, a presença humana no local remonta a épocas muito anteriores. A Anta de Carias, os Castros de Carias e da Chandeirinha comprovam a longevidade da fixação humana na pré e proto-história. A Torre Centum Cellas e a Villa da Quinta da Fórnea também são testemunhas da presença romana na região.
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Villa da Quinta da Fórnea |
Já no século XIII, mostrando a vila o forte desenvolvimento, justificou a existência de duas Igrejas, a de São Tiago e a de Santa Maria, assim como de uma Sinagoga.
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Sinagoga |
Embora pertencendo à Coroa, o Castelo de Belmonte era administrado por um alcaide local e já desde 1398 que este cargo estava ligado aos Cabrais.
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Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais |
O primeiro alcaide foi Luís Alvares Cabral. Fernão Cabral, pai de Pedro Alvares Cabral, foi o primeiro alcaide-mor. Com ele se iniciou, no século XV, a época de maior destaque do Castelo e de Belmonte. Em 1510 D. Manuel I concedeu a Belmonte nova carta de foral. Nessa altura a comunidade de Belmonte era essencialmente rural, dependente da pecuária e da agricultura. A presença de Judeus favoreceu também a existência de algum comércio.
Em meados do século XVIII a população de Belmonte contava já com cerca de 1416 habitantes.
Com a reforma administrativa de 1855, o Concelho de Belmonte foi alargado pela incorporação de Caria.
Mas a 7 de Dezembro de 1895 este concelho foi extinto, tendo as suas freguesias sido anexadas à Covilhã. Apenas três anos depois foi restaurado o Concelho de Belmonte.
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Castelo de Belmonte |
A comunidade de Belmonte abriga um importante facto da história judaica sefardita, relacionado com a resistência dos judeus à intolerância religiosa na Península Ibérica.
No século XVI, aquando da expulsão dos mouros da Península Ibérica, e da reconquista das terras espanholas e portuguesas pelos Reis católicos e por D. Manuel, foi instaurada uma lei que obrigava os judeus portugueses converterem-se ou a deixarem o país.
Muitos deles acabaram abandonando Portugal, por medo de represálias da Inquisição. Outros converteram-se ao cristianismo em termos oficiais, mantendo o seu culto e tradições culturais no âmbito familiar.
Um terceiro grupo de judeus, porém, tomou uma medida mais extrema. Vários decidiram isolar-se do mundo exterior, cortando o contacto com o resto do país e seguindo suas tradições à risca. Tais pessoas foram chamadas de "marranos", numa alusão à proibição ritual de comer carne de porco. Durante séculos os marranos de Belmonte mantiveram as suas tradições judaicas quase intactas, tornando-se um caso excepcional de comunidade cripto judaica. Somente nos anos 70 a comunidade estabeleceu contacto com os judeus de Israel e oficializou o judaísmo como sua religião.
Em 2005 foi inaugurado na cidade o Museu Judaico de Belmonte, o primeiro do género em Portugal, que mostra as tradições e o dia-a-dia dessa comunidade.
- Antigo Paços de Concelho
- Câmara Municipal de Belmonte
- Capelas de Santo António e do Calvário
- Castelo
- Centum Cellas
- Ecomuseu do Zêzere
- Estátua de Pedro Álvares Cabral
- Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais
- Igreja Matriz
- Mudeu dos Descobrimentos
- Museu Judaico
- Pelourinho
- Sinagoga
- Solar dos Cabrais
- Villa da Quinta da Fórnea
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Belmonte_(Portugal)
http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/belmonte