quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Castelo Rodrigo

Castelo Rodrigo é aldeia histórica de Portugal desde 1991.
Falar da história de Castelo Rodrigo significa ir até à pré-história até ao século XXI. Tendo sido ocupado sucessivamente por túrdulos, romanos e mouros, o atual concelho de Figueira de Castelo Rodrigo foi integrado no Reino de Leão no século XI, integrando na Coroa Portuguesa, em 1297, por D. Sancho I. Até ao século XIX chamava-se apenas Castelo Rodrigo, em homenagem ao alcaide D. Rodrigo, que defendeu a fortaleza em 1296.
Não se sabe muito acerca da ocupação primitiva deste território, embora hajam vestígios que apontem para épocas muito remotas, entre as quais se destaca a gravura de arte rupestre de Vale Afonsinho.
Os Túrdulos - povo que ocupava a Bética - deverá ter sido a primeira comunidade organizada a habitar a região. Da ocupação romana, que foi bastante intensa, existem vestígios de pelos menos nove "villas", duas pontes, Vermiosa e Escalhão e restos de calçadas romanas. A "Torre das Águias", cuja construção se situa
no século II d.C, e que teria sido um templo romano, foi adaptado mais tarde, transformando-se numa atalaia militar.
Em Escalhão, na margem esquerda do rio Águeda, ter-se-ia situado a antiga cidade romana de "Caliábria". Os árabes deixaram as tradicionais casas agrícolas, a cisterna do castelo, entre outros vestígios.
Foi reconquistada de forma definitiva pelos reis de Leão no século XI, e a 12 de setembro de 1297, Castelo Rodrigo passou a ficar integrado na Coroa Portuguesa. Em 1373 foi-lhe concedido, por D. Fernando, Carta de Feira.
Durante as guerras da independência Castelo Rodrigo ficou bastante danificado, chegando a atingir um estado de grande despovoamento. D. João I, devido à lealdade dos seus habitantes a D. Beatriz, como castigo, exigiu que Castelo Rodrigo passasse a ostentar as suas armas reais com o elmo invertido. D. Manuel I mandou reedificar o castelo e em 1508 atribuiu-lhe novo foral, elevando-a a sede de concelho.
Já no século XVII e pelas características do aglomerado populacional, ruas estreitas, íngremes e sinuosas e casas espartilhadas pelas muralhas da velha fortaleza medieval, Castelo Rodrigo começou a perder a sua importância, fazendo com que a sede de concelho passasse para a povoação da Figueira, que apresentava desenvolvimento continuo, na planície mais abaixo.


A 25 de junho de 1836, a Figueira recebeu o seu primeiro foral, que a elevou à categoria de vila e sede de concelho, substituindo Castelo de Rodrigo, e passou a chamar-se Figueira de Castelo de Rodrigo.



Património 

  • Igreja Matriz - a igreja matriz foi fundada no século XIII pela confraria dos frades da nossa senhora de Rocamador, uma congregação que se dedicava à assistência aos peregrinos compostelanos. A igreja foi restaurada no final dos anos 90 no âmbito do programa Aldeias Históricas de Portugal.Igreja e Convento de Santa Maria de Aguiar - a Igreja e Convento de Santa Maria de Aguiar terá sido edificado no Século XII pelos beneditinos transitando, posteriormente para a Ordem de Cister. De notar, que embora seja conhecido como "convento", era na verdade um mosteiro, pois a regra vigente era do tipo monacal (exercida por monges), ou seja, vivendo e trabalhando em locais afastados dos povoados. Predominam os estilos romântico e gótico. A igreja, cisterciense, tem planta em cruz latina, três naves e transepto saliente, cabeceira escalonada e duas absidíolas de planta rectangular. 
  • Muralhas - Castelo Rodrigo conserva ainda o plano medieval de praça circular com cintura de muralhas, as quais teriam sido, inicialmente construídas pelos romanos, quando ali teriam edificado um grande forte. 
  • Ruínas do Palácio Cristóvão de Moura - foi residência oficial de Cristóvão de Moura (séculos XVI e XVII) que auferiu de grandes privilégios por parte de Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal), pelo seu apoio na crise dinástica. Recuperada a independência nacional este palácio foi incendiado pela população jazendo hoje em dia em avançado estado de ruína. 
  • Janelas manuelinas - alguns edifícios de fachada quinhentista possuem ainda hoje, bonitas janelas manuelinas de avental, com molduras e rematadas em arco canopial, que atestam a importância desta povoação do século XVII. 
  • Poço-Cisterna - esta cisterna apresenta duas estruturas arquitectónicas diferentes, visíveis no plano mural e nas duas portas, uma em arco quebrado, ao estilo gótico e outra com o arco em ferradura, que terá supostamente sido construída no século XIII e poderá ter pertencido à cisterna existente na sinagoga judaica. 






Fonte: wikipédia