Não que haja descriminação às mulheres, pelo contrário, muito respeito e admiração, pelas suas próprias palavras, mas a imagem do fado como tributo à mulher, é algo passado, e a nova imagem é a de uma mulher a cantar e músicos, homens a acompanhá-la, que se deveu ao excelente trabalho feminino dos últimos anos. Pelas próprias palavras do fadista, “Quando o fado renasceu com uma nova geração, há uns treze anos, foi notável o trabalho que as mulheres voltaram a fazer no estrangeiro, estrangeiro que já por si tinha o ícone Amália Rodrigues na cabeça. O fado-mulher. Depois vieram Ana Moura, Mariza, Mísia, Katia Guerreiro… Foi quase um apagar de memória em relação aos homens no fado.”
E é este "apagar de memória" que o artista pretende alterar, uma relembrança do fado masculino e do seu contributo. Marco Rodrigues tenta, assim, obter o equilíbrio na escolha de clássicos e originais, “Mais do que homenagear algum cantor é homenagear o legado que os homens deixaram ao fado e à música portuguesa. Porque estamos a falar de homens que foram também grandes cantores e fadistas. E autores, e compositores.”